Melatonina: o hormônio do sono que vai além do descanso

Melatonina: o hormônio do sono que vai além do descanso

Entenda seus benefícios, quando utilizar e quais são os tipos disponíveis no Brasil

Em 13/06/2025 às 20h50 - Atualizado em 20/06/2025 às 08h54

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A melatonina é um hormônio naturalmente produzido pela glândula pineal, localizada no cérebro, e é responsável pela regulação do ciclo circadiano — o famoso “relógio biológico”. Sua principal função é induzir o sono e sinalizar ao corpo que é hora de descansar, mas ela também possui ações antioxidantes, neuroprotetoras e imunomoduladoras.

Nos últimos anos, a melatonina tem ganhado espaço no mercado brasileiro, principalmente como aliada de quem sofre com distúrbios do sono, estresse crônico, jet lag e até mesmo como suporte no envelhecimento saudável.

Quando a melatonina é indicada?

A produção natural de melatonina tende a diminuir com o passar da idade, além de ser prejudicada por fatores como exposição excessiva à luz artificial, estresse e hábitos noturnos irregulares. Por isso, a suplementação pode ser recomendada em situações como:

  • Dificuldade para dormir ou insônia;
  • Jet lag (descompensação do fuso horário);
  • Sono não reparador ou sono fragmentado;
  • Apoio ao tratamento de transtornos neurológicos;
  • Suporte antioxidante e imunológico.

Tipos de melatonina disponíveis no Brasil


Atualmente, a melatonina é permitida no Brasil tanto como medicamento quanto como suplemento alimentar, com doses de até 0,21 mg/dia para suplementos isentos de prescrição (Anvisa). Para doses maiores, é necessário acompanhamento médico ou manipulação farmacêutica.

Formas de apresentação disponíveis:

  • Melatonina comum (liberação imediata)
    Atua rapidamente no organismo, indicada para induzir o sono. Ideal para quem tem dificuldade em adormecer.

  • Melatonina de liberação prolongada (ou lenta)
    Libera o hormônio gradualmente ao longo da noite. Indicada para pessoas que acordam no meio da madrugada ou têm sono fragmentado.

  • Melatonina lipossomal
    Veiculada em nanopartículas lipossomais, o que melhora a absorção e biodisponibilidade. Eficaz com doses menores e ação mais rápida.

  • Melatonina sublingual
    Absorvida diretamente pela mucosa da boca, com ação praticamente imediata. Ideal para quem deseja efeito rápido, como em casos de jet lag.

  • Melatonina em goma (gummies)
    Versão mastigável, geralmente com sabor agradável. Muito usada por pessoas que têm dificuldade com cápsulas ou comprimidos.

  • Melatonina manipulada (dose personalizada)
    Disponível em farmácias de manipulação com diferentes formas farmacêuticas (cápsulas, gotas), permitindo ajustar a dose conforme a necessidade individual.

Benefícios da melatonina


Melhora da qualidade do sono
Reduz o tempo necessário para adormecer e aumenta o tempo total de sono profundo, resultando em um descanso mais reparador.

Ação antioxidante
Atua na proteção das células contra os danos dos radicais livres, contribuindo para o envelhecimento saudável.

Regulação do ritmo circadiano
Sincroniza o relógio biológico, especialmente útil em casos de jet lag ou trabalhos em turnos noturnos.

Apoio imunológico
Ajuda a modular a resposta imune e pode auxiliar na prevenção de infecções, especialmente em idosos.

Auxílio na saúde mental
Estudos mostram efeitos positivos no humor, ansiedade e até em quadros de depressão leve.

Potencial neuroprotetor
Pesquisas indicam que a melatonina pode contribuir para a prevenção de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson.

Apoio à fertilidade
Em mulheres, ajuda a regular o ciclo menstrual e tem função antioxidante nos ovários.

Conclusão


A melatonina é um recurso terapêutico seguro, eficaz e acessível, com aplicações que vão além do sono. Para quem enfrenta dificuldades em dormir, tem rotina noturna irregular ou busca um envelhecimento mais saudável, a suplementação pode ser uma excelente aliada.

Importante: sempre consulte um profissional de saúde antes de iniciar o uso de melatonina, especialmente em doses superiores às encontradas em suplementos de venda livre.

Referências bibliográficas
Claustrat B, Leston J. Melatonin: Physiological effects in humans. Neurochirurgie. 2015.
Reiter RJ et al. Melatonin as an antioxidant: under promises but over delivers. J Pineal Res. 2016.
Cardinali DP, Srinivasan V, Brzezinski A. Melatonin and its analogs in insomnia and depression. J Pineal Res. 2012.
Anvisa. Resolução RDC nº 493, de 27 de abril de 2021. Disponível em: https://www.in.gov.br
Hardeland R. Melatonin and inflammation—story of a double-edged blade. J Pineal Res. 2018.

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